sábado, 16 de setembro de 2017

A incrível história de Mary Fisher

Mary Fisher era uma criada de Selby, Yorkshire, quando conheceu George Fox. Assim como um dos primeiros quacres, ela viajou pela Inglaterra e para a América do Norte pregando a Palavra do Senhor. Mas sua incrível história de vida é lembrada por sua extraordinária missão junto ao sultão Mehmed IV, o imperador otomano.

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Foto: Reprodução/ Mary Fischer
Em 1657, Mary partiu para a Turquia com outros seis homens e mulheres quacres. Seu objetivo era ter uma audiência com o jovem sultão Mehmed IV do Império Otomano. Ao chegarem em Esmirna, o conselheiro inglês aconselhou-os a não seguir em frente e, quando ele não pôde dissuadi-los, colocou-os em um barco para Veneza, em vez de seguir direção à Turquia. Entretanto Mary Fisher não desistiu. Ela persuadiu o capitão a colocá-la em terra na costa grega. De lá ela partiu sozinha e a pé, e viajou pela Macedônia e sobre as montanhas da Trácia até Andrianople, onde o sultão acampou com um grande grupo de correligionários.

Eventualmente, ela encontrou alguém que estava disposto a aproximá-la do Grande Vizier. O sultão Mehmed foi informado de que havia uma inglesa que tinha "algo a declarar sobre Deus" e foi concedida uma entrevista.

O sultão a recebeu como se fosse uma embaixadora. Através de um intérprete, Mehmed perguntou se era verdade que ela tinha uma mensagem de Deus. Quando Mary disse que sim, ele pediu que falasse. Fisher sentou-se no silêncio, esperando pela luz interior, até que o sultão perguntou se ela queria que se retirassem. Mas Mary não queria isso. Nesse caso, Mehmed IV afirmou que ela "deveria falar a palavra do Senhor sem medo, pois eles tinham bom coração para ouvi-la".

O que ela exatamente disse ao sultão não se há registro concreto. Mas depois de ter ministrado, ela perguntou se ele tinha entendido a mensagem. Ele respondeu: "Sim, cada palavra é verdadeira!" Mehmed a convidou para permanecer lá sob sua proteção, e quando ela declinou, ofereceu-lhe uma escolta até Constantinopla. Mas Mary recusou, dizendo que confiava apenas no Senhor.

O sultão fez uma pergunta: o que pensava de Maomé? Uma resposta "errada" poderia custar sua vida. No entanto, Mary Fisher não estava lá para lisonjear, mas para falar a verdade, dando a própria vida se necessário. Ela respondeu com sinceridade.

Em Sewel's History of the Quakers, Vol. 1, o historiador William Sewel, contemporâneo de Mary Fischer, escreveu: "Ela respondeu cautelosamente que não o conhecia, mas Cristo, o verdadeiro profeta, o Filho de Deus, que era a Luz do Mundo, iluminou todo homem quando veio ao mundo. E a respeito de Maomé, disse que eles (os turcos) poderiam julgar se ele era verdadeiro ou falso de acordo com as palavras e profecias ditas, dizendo ainda: "Se a palavra de um profeta se concretizar, então, você saberá que o Senhor enviou esse profeta; se não acontecer, então, saberá que o Senhor nunca o enviou. O sultão concordou.

Seu tratamento nas mãos do sultão contrasta marcadamente com a maneira que foi tratada tanto na Inglaterra como na Nova Inglaterra, onde foi perseguida acusada de heresia. Assim Mary Fisher escreveu sobre seus anfitriões turcos:

"Eles estão mais perto da verdade do que muitas nações. Há um amor engendrado em mim por eles, o que é infinito, mas esta é a minha esperança a respeito deles, que Aquele que me criou para amá-los também criará sua semente neles. No entanto, embora sejam chamados turcos, a semente deles está perto de Deus, e a vossa bondade, em certa medida, foi mostrada aos seus servos".

Em 1662, Mary Fisher casou-se com William Bayly, um pregador quacre que também viajou e foi preso por suas crenças. Quando ele morreu em 1675, ela se casou com John Cross e eles emigraram para Charlestown, Carolina do Sul. Ela morreu em 1698 e está enterrada lá no Quaker Burial Ground.

REFERÊNCIA: http://www.quakersintheworld.org/quakers-in-action/187/Mary-Fisher