Em 18 de abril de 1688, o primeiro protesto escrito contra a escravidão no Novo Mundo foi redigido na casa de Thönes Kunders, em Germantown, que hospedou as primeiras reuniões da Sociedade Religiosa dos Amigos em Barbados.
Os signatários da proposta ficaram perturbados com um fato alarmante: muitos dos quacres da Filadélfia tinham escravos. No momento do protesto, seis anos após a fundação da Filadélfia, cerca da metade dos quacres britânicos, incluindo o fundador da Pensilvânia, William Penn, possuíam escravos.
Embora os quacres tenham chegado ao Novo Mundo para escapar da perseguição religiosa vivida na Inglaterra, muitos deles não viram nenhuma contradição na posse de escravos, desde de que não cometessem maus tratados.
Os colonos de Germantown, no entanto, vieram de um país não acostumado à escravidão e os quacres alemães se recusaram a participar do tráfico de escravos. Germantown produziu os melhores produtos de linho da época e não utilizava trabalho escravo no processo.
A petição de 1688 utilizou vários argumentos para a igualdade de direitos humanos e a natureza injusta da escravidão. Em primeiro lugar, havia grande inspiração na passagem bíblica de 1 Coríntios 7:23 tida como literal por esses abolicionistas:
"não vos torneis escravos de homens"
Outra argumentação presente na petição apelou para um princípio, diga-se de passagem, altruísta. "Há alguém que gostaria de ser tratado dessa maneira [como escravo]?". A liberdade, portanto, deveria ser estendida a todas as pessoas, independentemente da cor segundo o entendimento.
A petição recordou aos quacres britânicos que eles fugiram da opressão com base em sua consciência, mas que em Barbados assim como na Pensilvânia, eles estavam causando opressão contra os negros.
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Foto: Reprodução/ Petição abolicionista |